Descobrindo o nome do nosso bairro
Realizamos entrevistas com pessoas da comunidade para resgatar a história do bairro, como tudo começou, e qual era a forma de trabalho na localidade. Buscamos descobrir como surgiu o nome e o porquê desse nome. Então, um dos fundadores do bairro foi até nossa escola contar para as crianças a origem do nome “Fonte da Caixa” e relatou que foi devido a um minadouro que tinha na localidade próximo às dunas. Ele próprio colocou uma manilha neste minadouro e construiu uma fonte onde muitas pessoas da redondeza passaram a pegar água para beber, e as mulheres passaram a ir para lavar roupas, ficando conhecidas como as lavadeiras de Abrantes.
Através do resgate da história do local descobrimos muitas coisas e fomos trabalhando com a cultura. Convidamos o “vovô Mica ” (como é chamado pelas crianças) para construir com elas uma hortinha na escola, já que a forma de trabalho principal da comunidade, inicialmente, era a agricultura. Descobrimos que a nossa igreja do Divino Espírito Santo foi construída pelos índios e jesuítas e que, no local, havia uma aldeia indígena. Assim, trabalhamos com as crianças sobre os primeiros habitantes de nossa comunidade, os indígenas. Descobrimos que depois vieram os africanos para ajudar na construção da nossa igreja e do nosso bairro e que eles traziam pedras da praia, subindo através das dunas para construir a igreja que temos até hoje, e montavam as pedras utilizando óleo de baleia.
Os africanos também contribuíram bastante para construção de nossa cultura, trouxeram a capoeira o acarajé, dentre outros saberes que são muito presentes na localidade até hoje.
Resgatamos as lendas folclóricas do local. Vovô Mica contou diversas lendas que ouviu na sua infância, na comunidade, pelos mais velhos e, segundo ele, chegou a ver alguns dos personagens das lendas nas dunas quando era criança, como o zumbi e a caipora”.