Formadoras brincantes do CMEI Jesiel Figueredo
Realizamos uma formação visando despertar nos profissionais do CMEI Jesiel Figueiredo a busca por uma das coisas mais importantes e essenciais da vida humana. Trata-se do “brincar”. Preparamos um ambiente acolhedor, a fim de receber as professoras da instituição com músicas e objetos que instigassem as mesmas a se remeterem às brincadeiras da sua infância.
Antes, porém, falamos um pouco sobre a infância do Patrono da escola Jesiel Figueiredo, que será estudado no próximo trimestre, com um olhar voltado para um fazer pedagógico brincante. Jesiel Figueiredo foi um homem do teatro, ator de muitas peças teatrais infantis. De início, necessitamos fazer várias pesquisas sobre ele e chegamos a uma conclusão, que vale a pena trabalhar com professoras e crianças de uma forma prazerosa e inovadora.
Aprofundamos-nos até as suas raízes, para conhecer tipos de brincadeiras criadas por Jesiel, que gostava muito das coisas da natureza, em especial, os animais, e de brincar com uma coleção de ossos, tendo esse contato prazeroso com o ambiente natural. Em cima disso, trabalhamos também com o espaço natural, nesse contato, que faz a criança viver, reviver, recriar e se achar no mundo natural, vindo a explorá-lo com alegria, e assim, construir sua identidade, se desenvolver integralmente.
Nesse viés, as professoras foram estimuladas a adentrar o túnel do tempo das suas brincadeiras, com prazer e satisfação. Em seguida, pedimos para, juntas, cantarmos uma adaptação da música Asa Branca, do cantor e compositor Luiz Gonzaga, com letra de minha autoria, que se referia ao incentivo pela busca da cultura com um olhar brincante.
Percebemos que as mesmas se entusiasmaram bastante, e logo em seguida, pedimos para se reunirem e pensarem formas práticas e prazerosas para as crianças no desenolvimento do projeto. Surgiram ideias brilhantes como: dramatizações; músicas com instrumentos cheias de ritmo; o brincar com brincadeiras do tempo de criança das professoras; e, dessa forma, inspirariam as crianças a reviverem essas brincadeiras como: amarelinha, pula-corda, cabo de guerra, boneca de pano, músicas infantis, jogos como: argolas, brincar de tica, cantigas de roda de esconde-esconde, batata que passa e passa, a brincadeira da cadeira, entre outras.
Isso não significa dizer que não realizávamos essas práticas, mas que viríamos a realizar com mais frequência, pois é este o momento da alegria, da construção, do movimento com o corpo e do conhecimento do mesmo, da formação da sua autonomia.
As professoras relataram ter gostado da maneira como foi trabalhado e de como as envolvemos no brincar, junto às crianças, tornando-as observadoras ativas na intervenção com esse sujeito de direito, e ao mesmo tempo, biológico, social e histórico-cultural.
Reencontrar uma infância esquecida ou recusada é uma jornada fundamental para aqueles que querem levar o brincar a sério. É pensando nisso, que o Plano Nacional Primeira Infância (PNPI) indica que é preciso possibilitar, nos espaços formativos, e nos diálogos com as famílias, cuidadores e educadores, a vivência da brincadeira pelos próprios adultos. (PNPI, p. 73)