AVA Paralapracá potencializa autonomia das formadoras
Para o Paralapracá, a formação se constitui em uma prática social de caráter histórico e cultural que vai além da prática docente, abrangendo aspectos da proposta pedagógica da escola, das relações desta com a comunidade e a sociedade, bem como a subjetividade do educador e seu vínculo com a profissão.
Assim, para fortalecer e apoiar o papel do coordenador pedagógico como formador junto aos profissionais da Educação Infantil, o Paralapracá leva para o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) a aposta na autonomia dos profissoinais, permitindo que escolham seus percursos formativos. No início de 2017, as cinco redes parceiras do Paralapracá: Maceió (AL), Olinda (PE), Camaçari (BA), Maracanaú (CE) e Natal (RN) fizeram um pacto para dar início à formação no AVA pelo módulo Assim se brinca, por considerar esta uma linguagem estruturante do aprendizado da criança.
Ao fim da formação sobre o brincar, o Programa disponibilizou para as redes dois outros módulos: Assim se faz arte e Assim se explora o mundo. Dessa vez, a escolha foi feita pelas formadoras, de acordo com sua realidade e foco de interesse, podendo inscrever-se em um dentre os três módulos abertos na plataforma: exploração de mundo, arte ou música.
Rita Margarete, consultora associada da Avante – Educação e Mobilização Social e coordenadora de formação do Paralapracá, disse que a estratégia vem sendo utilizada para fomentar a formação autoral nas redes parceiras. “Entendemos que o processo de formação é autoral, o que exige autonomia e envolvimento dos profissionais. No que se refere aos módulos formativos, as coordenadoras pedagógicas sempre tiveram participação ativa na escolha deles. Inicialmente, as equipes técnicas consultaram seus grupos de coordenadoras pedagógicas para escolher o módulo para o município e faziam a sua inscrição. Neste semestre, as coordenadoras escolheram entre três módulos formativos e fizeram sua inscrição na plataforma do AVA Paralapracá. As turmas terão profissionais de todos os cinco municípios, juntos, discutindo e refletindo sobre a sua prática, mediados por um especialista”, explicou.
Andréa Veloso é coordenadora pedagógica na Escola Allan Kardec, situada em Olinda (PE), um dos municípios participantes do Programa. Ela já cursou os módulos Assim se brinca e Assim se explora o mundo e, neste momento, escolheu se inscrever no módulo Assim se faz arte. “A escolha se deu devido à necessidade que senti de me apropriar um pouco mais dos conhecimentos relativos às artes visuais, visto que é uma das melhores maneiras de o ser humano expressar seus sentimentos e emoções, e que envolve uma infinidade de maneiras para ser representada”, afirmou. Para ela, a possibilidade de escolher a qual módulo dedicar sua formação continuada é uma atitude inovadora e muito positiva. “Se a todo momento estamos tentando inovar e formar cidadãos autônomos, isso deve ser aprendido desde a formação pessoal de cada um. Nesse caso, na escolha do módulo pretendido. E, quando há afinidade com a escolha, acho que o trabalho se desenvolve melhor e nossa participação no Ambiente Virtual se torna cada vez mais prazerosa”, ressaltou.
Coincidentemente, Joseilda Mendonça, coordenadora pedagógica da Rede Municipal de Olinda, também optou por se inscrever no módulo Assim se faz arte, por perceber que existia uma lacuna na formação e prática em relação à vivência dessa linguagem. “A oportunidade de escolher desta vez me deixou bastante motivada, e a autonomia que nós tivemos foi bem importante, pois tivemos a oportunidade de trabalhar com o que temos mais interesse, necessidade e vontade de aprender, baseado na nossa prática nas instituições. Penso que mais coordenadoras pedagógicas lograrão êxito nos módulos escolhidos”, afirmou Joseilda Mendonça. Ela fez o módulo introdutório, que é uma porta de entrada para a formação no AVA Paralapracá, cujo conteúdo é focado na concepção da Educação Infantil, histórico do projeto e estratégias de formação continuada.
De acordo com dados oficiais do programa Paralapracá, 373 coordenadoras pedagógicas se inscreveram para o módulo Assim se brinca, no primeiro período de formação. Os módulos Assim se faz arte e Assim se explora o mundo, no segundo período formativo, juntos, somaram 320 inscrições. Já no terceiro período formativo, que começou em outubro e vai até dezembro, contou com 292 coordenadoras pedagógicas inscritas em apenas três dias, para os módulos Assim se faz arte, Assim se explora o mundo e Assim se faz música. “O movimento das inscrições nos chamou atenção e ficamos felizes com a corrida e esforço delas para a inscrição”, disse Luciana Ávila, responsável pelo acompanhamento dos processos formativos do Paralapracá.
O Programa
O Paralapracá é uma frente de formação de profissionais da Educação Infantil realizado pela Avante – Educação e Mobilização Social, em parceria com as secretarias municipais de Educação e apoio do Instituto C&A, que visa contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento às crianças na Educação Infantil, com vistas ao seu desenvolvimento integral. Para isso, oferece formação continuada para formadores das Redes Municipais de Educação, valorizando os saberes de cada localidade e ampliando as referências teórico-práticas a partir das orientações nacionais para o segmento.
O Paralapracá foi lançado em 2010 como um projeto do programa Educação Infantil do Instituto C&A, originalmente focado na região Nordeste. Desde então, chegou a dez municípios, em dois ciclos de implementação. Em 2015, com a chancela do Guia de Tecnologias Educacionais do MEC, ganhou caráter nacional.
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