Direito ao brincar: a infância no centro da prática pedagógica
Coordenadoras pedagógicas empoderadas, formando professoras e orientando a prática pedagógica dentro das instituições, com base em princípios claros e profícuos, são alguns dos impactos do Paralapracá na formação oferecida a essas profissionais, nas cinco redes municipais de educação parceiras do Programa: Maceió (AL), Olinda (PE), Maracanaú (CE), Camaçari (BA) e Natal (RN). A ação tem garantido o reconhecimento do brincar como uma das principais formas de aprendizagem das crianças atendidas pelas redes e tem transformado o atendimento da Educação Infantil nas instituições.
A formação no eixo Assim se Brinca já havia sido oferecida aos municípios, em 2013, no formato presencial, para as coordenadoras pedagógicas das escolas que integravam o programa na época. E agora retorna com o apoio do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) do Paralapracá, lançado nos municípios desde o dia 24 de abril.
O tema foi amplamente discutido durante o Seminário do Programa Paralapracá, que aconteceu entre os dias 27 e 31 de março, ressaltando o brincar como um direito da criança, e abordando alguns desafios encontrados no dia a dia das instituições. O evento reuniu os secretários de educação e as equipes das secretarias municipais de educação parcerias do Programa, o Instituto C&A e a Avante – Educação e Mobilização Social, e teve como principal objetivo planejar o apoio às redes ao longo deste ano.
Durante o Seminário, foi apresentado o modelo de formação oferecido no AVA, além de estratégias para criar maior sinergia entre a formação presencial e a distância, potencializando o AVA e demais materiais da coleção que integra o Programa.
O encontro fomentou discussões relativas às concepções sobre o brincar, levando em consideração o relevante papel que a formação continuada tem ao proporcionar que a comunidade escolar vivencie o prazer e a potência da brincadeira no desenvolvimento infantil. Elizângela Oliveira, gestora da Escola Municipal Emaús, localizada na zona rural de Camaçari, convidada para relatar sua experiência como coordenadora pedagógica formada pelo Paralapracá, contou ao público como passou a envolver os diversos profissionais da escola e a levar os materiais do Paralapracá para as formações dentro da instituição. “O material trazia a experiência de outras instituições e nós, do lugar em que estávamos, do que estávamos vivendo, começamos a fazer um paralelo da nossa prática com o que vinha no material. E aí descobrimos que seria interessante fazer uma reflexão do contexto no qual estávamos inseridos. Além disso, percebemos ser muito importante ajudar as pessoas a voltar a ser crianças. Esses momentos de reflexão nos ajudaram a compreender que o ambiente fala, é transformador, na medida em que nos organizamos para atender melhor as crianças”, disse a gestora.
A trajetória da escola Emaús mostrou como um coordenador pedagógico bem formado faz a diferença na prática cotidiana e impacta no desenvolvimento integral das crianças, além de ter motivado o compartilhamento de experiências por outras redes presentes ao evento, reafirmando a importância do engajamento e protagonismo das equipes técnicas.
A gerente de Educação Infantil do município de Maceió, Angelina Araújo, por exemplo, relatou que a rede foi provocada pelo Programa a colocar a infância no centro do trabalho. “O brincar na Educação Infantil de Maceió tem se dado de uma forma muito tranquila. Muito dessa tranquilidade vem de uma parceria que temos conseguido manter com as instituições na figura dos coordenadores pedagógicos e dos diretores; com as famílias; e de uma grande colaboração e compreensão da nossa secretária, Ana Dayse, que nos deu apoio desde o princípio, para que essa concepção de aprendizagem, que está posta nas Diretrizes Curriculares Nacionais, seja acolhida pelos nossos CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil)”.
Angelina atribuiu ao Paralapracá a forma “clara, precisa e profícua” que a equipe técnica passou a chegar nas instituições, beneficiando o acolhimento do brincar como parte do processo de aprendizagem das crianças. “A gente já vinha, há muitos anos, fazendo formação nas instituições. O que não tínhamos alinhado, ainda, de uma forma sistemática, era como trazer essas concepções do brincar para a prática pedagógica. O Paralapracá nos trouxe materiais de qualidade, que pontuam o que pode ser feito, que teorias nos fundamentam para a implantação das Diretrizes, não só nos CMEI, mas nas nossas comunidades, que vêm participando muito do resgate das culturas infantis”.
O lançamento da formação do eixo Assim se Brinca durante o Seminário reafirmou a importância da compreensão da brincadeira como intrínseca à infância, que deve ser respeitada como patrimônio natural, cultural e como direito da criança, em especial, como parte do processo pedagógico. O que, para os participantes, inclui o fortalecimento do compromisso comum de promover melhorias na qualidade do atendimento na Educação Infantil.
O Programa
O programa Paralapracá é uma frente de formação de profissionais da Educação Infantil, realizado pela Avante – Educação e Mobilização Social, com apoio do Instituto C&A. Nosso trabalho se desenvolve a partir da formação continuada de formadores, com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento às crianças na Educação Infantil, com vistas ao seu desenvolvimento integral. Fazemos isso em parceria com as secretarias municipais de Educação, valorizando, ampliando e fortalecendo os saberes de cada localidade aonde vamos.
O Paralapracá foi lançado em 2010, como um projeto do Programa Educação Infantil do Instituto C&A, originalmente focado na região Nordeste. Desde então, chegou a dez municípios, em dois ciclos de implementação. Em 2015, com a chancela do Guia de Tecnologias Educacionais do MEC, ganhou caráter nacional.
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