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13/11/2014 | 10:46

Paralapracá motiva SME de Natal a formar mais educadores

2014_13_11bNatal (RN) – A Secretaria Municipal de Educação (SME) de Natal, por meio do Departamento de Educação Infantil (DEI) e do Setor de Acompanhamento a Programas e Convênios, realizou, nos meses de julho e agosto, uma formação para as instituições de ensino conveniadas com o tema “Diretrizes Curriculares Nacionais no cotidiano da educação infantil: um olhar reflexivo”.

De acordo com o site da Prefeitura de Natal, participaram da formação 139 pessoas, entre professores, coordenadores e gestores das instituições conveniadas. A iniciativa foi realizada por meio do Projeto Pré-Escola Para Todos (PPEPT) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

A formação buscou fomentar reflexões e discussões acerca das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), bem como promover intercâmbio entre os participantes. Segundo Filomena Nery, gerente de educação infantil de Natal, o evento representou, também, uma tentativa de expansão da proposta do projeto Paralapracá às instituições que são conveniadas à rede municipal de ensino, mas que, por não integrarem propriamente a rede pública, não estão entre as atendidas pelo Paralapracá. “As instituições são particulares ou filantrópicas, conveniadas com a SME de Natal. Não podemos comprar materiais para essas instituições, mas podemos sugerir e fomentar a utilização e a aquisição de bons materiais para elas”, explica Filomena.

O projeto Paralapracá é uma ação do programa Educação Infantil do Instituto C&A que visa contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento às crianças na educação infantil, com vistas ao seu desenvolvimento integral. O projeto se desenvolve em aliança com secretarias municipais de Educação e possui dois âmbitos de atuação: a formação continuada de profissionais de educação infantil e o acesso a materiais de uso pedagógico de qualidade, tanto para crianças quanto para professores. A iniciativa é implementada em parceria técnica com a ONG Avante – Educação e Mobilização Social, nos municípios de Camaçari (BA), Maceió (AL), Maracanaú (CE), Natal (RN) e Olinda (PE).

Em Natal, o projeto Paralapracá abrange 30 das 69 instituições da rede municipal. O processo formativo do projeto contempla 49 coordenadores/formadores e técnicos da SME. Esses profissionais, por sua vez, estão incumbidos de atuar diretamente na qualificação da prática dos professores das escolas.

Inspiração eixo a eixo

De acordo com o texto publicado no site da SME de Natal, as atividades da formação realizada em julho e agosto estavam alinhadas com as DCNEI/2009 e com a proposta dos eixos formativos do projeto Paralapracá.

Do eixo Assim se Brinca, por exemplo, foram abordados temas como concepções e função do brincar; o papel do professor na brincadeira; o direito à brincadeira; e brincadeira e cultura. A partir do eixo Assim se Organiza o Ambiente, discutiu-se, entre outros aspectos, a distinção entre espaço e ambiente, as muitas formas de organizar o ambiente e a organização de espaços e materiais. O eixo Assim se Explora o Mundo levou à formação questões como as interações das crianças com a natureza e o reconhecimento dos elementos da cultura nas interações da educação infantil. O eixo Assim se Faz Arte, por sua vez, propôs reflexões sobre a criança como sujeito criador e sobre o educador e o processo criativo. Por fim, a partir do eixo Assim se Faz Música, a formação explorou a música como linguagem, expressão artística e da cultura.

Para percorrerem todos esses temas, os educadores assistiram a exposições dialogadas e a vídeos; participaram de oficinas de construção, utilizando materiais como sucata, cola, giz de cera e tinta; realizaram observação e apreciação das suas produções; e exploraram ambientes e paisagens naturais, culturais, artísticas, musicais, estéticas, etc.

Resultados percebidos na prática

A gerente de educação infantil de Natal destaca que já é possível perceber nas instituições alguns resultados pós-formação. “Nas visitas que fizemos [os técnicos da SME], percebemos mudanças nas práticas pedagógicas das professoras. Observamos que elas estavam mais cuidadosas quanto à contação de histórias para as crianças todos os dias, fazendo isso de uma maneira gostosa, não rotineira”, relata.

De acordo com Filomena, as professoras também estão mais participativas nos momentos de brincadeira com as crianças. “Elas estão aproveitando melhor a diversidade de materiais disponíveis nas instituições para confeccionar brinquedos para e com as crianças, a exemplo de sucata e de elementos da natureza ? materiais que foram utilizados nas atividades realizadas durante a formação.” Para Filomena, isso demonstra uma percepção das possibilidades de se realizar um trabalho rico com poucos investimentos financeiros.

Os técnicos da SME que fizeram as visitas observaram, ainda, que os educadores estão modificando os ambientes e as práticas nas escolas, a partir de ideias concebidas durante a formação. Filomena destaca, por exemplo, que algumas instituições passaram a dispor os materiais de forma diferente, para que ficassem mais à mão das crianças, e a proporcionar espaços mais acolhedores e com mais brinquedos.

Os técnicos também perceberam maior atenção, por parte dos educadores, em relação à curiosidade das crianças, assim como a preocupação das diretoras em adquirir materiais adotados no projeto Paralapracá. “A cada história que contávamos durante a formação, algumas pessoas vinham nos procurar para saber onde adquirir os materiais e quanto eles custavam”, rememora Filomena.

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