Pesquisa trata do perfil dos pais em relação à educação dos filhos
Fonte: Instituto C&A
São Paulo (SP) – Apenas 12% dos responsáveis por crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos no Brasil são considerados comprometidos no que se refere à valorização escolar e ao vínculo familiar. O dado é da pesquisa Atitudes pela Educação, lançada em novembro pelo movimento Todos pela Educação e realizada pelo Instituto Paulo Montenegro e pelo Ibope Inteligência. Outros perfis identificados no levantamento foram os dos envolvidos (25%), dos vinculados (27%), dos intermediários (17%) e dos distantes (19%).
A pesquisa contou com o apoio do Instituto C&A, da Fundação Roberto Marinho, da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, da Fundação Itaú Social e do Instituto Unibanco. Seu objetivo era dimensionar e mapear as atitudes e comportamentos dos responsáveis pelas crianças e adolescentes em relação à vida escolar.
Para a realização do estudo, o Ibope entrevistou duas mil pessoas, em todo o Brasil, entre os dias 28 de junho a 8 de julho de 2014. Os cinco perfis traçados nasceram de uma análise do posicionamento dos entrevistados em relação a ações e atitudes tomadas por eles em diferentes situações do dia a dia em torno da criança ou do adolescente foco da entrevista. As perguntas abordaram as dimensões de valorização da educação e vínculo familiar.
Segundo o estudo, foram considerados comprometidos os responsáveis que apresentaram maior concentração de respostas que demostram tanto atitudes relacionadas ao vínculo familiar como à valorização da educação. Já os envolvidos diferenciam-se por ter mais respostas que demostram atitudes relativas à valorização da educação do que ao vínculo familiar. Os vinculados destacam-se por demostrarem mais atitudes relativas ao vínculo familiar do que à valorização da educação. Os intermediários apresentam média de respostas em ambas as dimensões. Já os distantes apresentam os menores percentuais de respostas que demostram tanto vínculo familiar como valorização da educação.
No que se refere ao perfil dos comprometidos, a pesquisa verificou altos percentuais em relação a atitudes ligadas à valorização da educação como informar-se sobre a proposta de ensino da escola (86%); verificar as faltas dos filhos na escola (98%); e manter contato com a escola sobre o desenvolvimento do aluno (79%). No mesmo perfil, também foram identificados altos percentuais para atitudes relacionadas ao vínculo familiar, como gostar dos momentos que passam com a família (100%), acreditar que há uma relação de respeito entre todos na família (99%) e respeitar a opinião da criança/jovem (91%).
No extremo oposto, os pais e responsáveis distantes tiveram baixos percentuais para, por exemplo, informar-se sobre a proposta de ensino da escola (25%); ajudar a organizar o material que a criança/jovem precisa levar para a escola (37%); e conversar com a criança/jovem sobre seus talentos no estudo e em outras atividades (20%). Em relação ao vínculo familiar, apenas 60% gostam dos momentos que passam com a família e 59% acreditam que há uma relação de respeito entre todos na família.
No que se refere ao perfil dos comprometidos, a pesquisa identificou que 60% são mulheres. Além disso, 14% possuem ensino superior, 38% completaram o ensino médio, 26% fizeram até a 8ª série do ensino fundamental e 24%, até a 4ª série.
O grupo dos distantes, por sua vez, é composto em 57% por homens. No que se refere à escolaridade, 38% estudaram até a 4ª série; 24%, até a 8ª série; 29%, até o ensino médio; e 9%, até o ensino superior.
Na amostra geral da pesquisa, 84% dos entrevistados eram pais ou mães das crianças pelas quais eram responsáveis; 11% eram avós; 2%, padrastos ou madrastas; 2%, tios; e 1%, irmão. No grupo dos pais, 54% eram mulheres e 46%, homens, com média de idade de 40 anos. O grupo de avós era composto por 67% de mulheres e 33%, de homens, com cerca de 60 anos.
No que se refere à escolaridade dos entrevistados, 8% não frequentaram a escola; 23% frequentaram da 1ª à 4ª série do ensino fundamental; 25%, da 5ª à 8ª série do ensino fundamental; 33% cursaram o ensino médio; e 11% cursaram o ensino superior.
Sobre a renda familiar, 24% dos entrevistados tinham renda familiar inferior a um salário mínimo; 36%, entre um e dois; 22%, entre dois e três; 12%, entre três e cinco; e 6%, mais de cinco.
Em relação ao perfil das crianças cuidadas pelos entrevistados, 10% delas tinham entre 4 a 5 anos; 37%, entre 6 e 10 anos; 32%, de 11 a 14 anos; 21%, de 15 a 17 anos. Sobre a educação, 10% estavam matriculadas na educação infantil; 40% nos anos iniciais do ensino fundamental (1o, ao 5o. ano); 35% nos anos finais do ensino fundamental (6o. ao 9o.ano); e 15% no ensino médio. E 86% das crianças estudavam em escolas públicas.
Durante a coleta de dados para a pesquisa, os entrevistados foram convidados a direcionar 11 folhetos para três públicos (família, escola e aluno), de acordo com o nível de importância atribuída por eles a cada grupo em relação à responsabilidade sobre a vida escolar da criança.
Neste caso, no total da amostra, os números foram 4,3 para a família; 3,8 para a escola; e 2,9 para o próprio aluno. No grupo dos comprometidos, a reponsabilidade atribuída à família sobe para 4,6; a da escola, para 3,9; e a do aluno diminui para 2,5. Já no grupo dos distantes, a responsabilidade da escola se mantém em 3,8; a da família cai para 4,1; e a do aluno sobe para 3,1.
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