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18/12/2015 | 11:48

Repertório ampliado

2015_18_12Salvador (BA) — Com o intuito de enriquecer o conjunto de saberes das coordenadoras pedagógicas que participam do Paralapracá, os municípios integrantes do projeto têm contado com parcerias de organizações e especialistas em música para desenvolver as atividades do eixo formativo Assim se Faz Música. As experiências de Maceió (AL) e Olinda (PE) são exemplos de como as parcerias não só aumentam as possibilidades de trabalho na educação infantil, aportando aos profissionais da educação maior compreensão sobre o universo da música, como também podem fomentar novas redes de interlocução.

Em Maceió, a equipe do projeto se juntou a vários professores e musicistas, integrantes do Núcleo de Educação Musical da Secretaria Municipal de Educação (Semed), para realizar os encontros com as coordenadoras. “Essas parcerias são fundamentais. Como não somos musicistas, precisamos buscar formas de qualificar o trabalho”, explica Geisa Andrade, assessora do projeto Paralapracá em Maceió.

Os primeiros encontros foram dedicados ao contato com sons, instrumentos e músicas. As educadoras também conheceram teorias que abordam como se desenvolve a relação da criança com a música, como a criança trata os sons e os ritmos e suas diferentes reações mediante esse estímulo.

A lembrança de canções da própria infância também marcou as formações. “No nosso segundo encontro, abordamos as cantigas de ninar e fizemos um bom trabalho a partir do CD Canteiro, que está no baú do Paralapracá”, relata Geisa. No terceiro momento formativo, a assessora levou as coordenadoras pedagógicas para um trabalho de campo: observar como as crianças pequenas cantam, quais são os exercícios e os trabalhos de voz que fazem.

“Fomos à apresentação das crianças que participam do Projeto Incluir, que estudiosos de música da Ufal [Universidade Federal de Alagoas] desenvolvem junto com algumas escolas de ensino fundamental da rede pública de Maceió”, conta Geisa. Depois da apresentação, o grupo ainda assistiu ao ensaio geral da Orquestra Sinfônica de Maceió. Nas próximas formações, agendadas para janeiro e fevereiro de 2016, as coordenadoras pedagógicas da capital alagoana entrarão em contato com a sonorização de histórias, bem como com a construção de instrumentos sonoros, dando seguimento às reflexões sobre as práticas relativas à linguagem musical, sempre em parceria com profissionais dedicados a estas temáticas.

Assim como em Maceió, a equipe do projeto Paralapracá de Olinda se aproximou de um grupo que já trabalha a música na rede pública do município, o Centro de Educação Musical de Olinda (Cemo). Além desta parceria, a equipe também se juntou ao músico francês Yves Guet, que realiza oficinas de musicalização e fabricação de instrumentos. “Estamos percebendo um impacto muito grande das formações”, comemora a assessora do projeto Paralapracá no município, Ana Dourado. “O eixo Música está sendo muito integrador, levando para a escola artistas locais e famílias”, conta.

Na programação das formações estão o resgate da cultura local e da infância das próprias coordenadoras, muitos acalantos, exercícios de ritmo e de voz e a produção de instrumentos sonoros com elementos da natureza. “Estamos abrindo espaço para o eixo formativo da Exploração de Mundo também”, assinala Ana. Conforme detalha, uma das formações foi realizada no Paço do Frevo, famoso espaço de Olinda dedicado à difusão, pesquisa e formação em dança e música do frevo.

Todas estas iniciativas respondem aos princípios de formação do projeto Paralapracá, que ressaltam a importância de vivências ligadas à sensibilidade estética e ao resgate e ampliação de repertório. “Ações formativas como esta são essenciais para que as reflexões sobre as práticas sejam respaldadas pelo sentido que as formadoras atribuem às experiências com a linguagem musical”, salienta Mônica Samia, coordenadora de implementação do projeto Paralapracá pela ONG Avante Educação e Mobilização Social.

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Caderno de orientação Assim se Faz Música

 

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