Semed de Maceió lança Orientações Curriculares para a Educação Infantil
Maceió (AL) — A Secretaria Municipal de Educação (Semed) de Maceió lançou, no dia 27 de outubro, as Orientações Curriculares para a Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Maceió. Organizado em livro, o documento busca orientar as práticas pedagógicas nas instituições de educação infantil vinculadas à Semed e tem como ponto de partida “a imagem da criança rica e potente”.
Pautadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI), as orientações foram elaboradas a muitas mãos: a equipe técnica da Semed de Maceió contou com a parceria do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e do Instituto C&A, além de professores, gestores, especialistas e pesquisadores.
Maceió é um dos municípios integrantes do segundo ciclo (2013/2015) do projeto Paralapracá, ação que integra o programa Educação Infantil do Instituto C&A e visa contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento às crianças na educação infantil, com vistas ao seu desenvolvimento integral. A iniciativa se desenvolve em aliança com secretarias municipais de Educação e possui dois âmbitos de atuação: a formação continuada de profissionais de educação infantil e o acesso a materiais de uso pedagógico de qualidade, tanto para crianças quanto para professores. A ONG Avante Educação e Mobilização, de Salvador (BA), atua no projeto como parceira técnica.
“Em Maceió, foi a chegada do projeto Paralapracá, em 2013, que possibilitou à rede pública de educação infantil a implantação de um modelo de formação e de acompanhamento de práticas que vem trazendo resultados bastante significativos”, registra a publicação recém-lançada, ao traçar a história da educação infantil na capital alagoana. Para reforçar a afirmativa, o documento reproduz a opinião de coordenadoras que participam das formações do projeto Paralapracá.
“Na voz das próprias coordenadoras percebe-se essa mudança na percepção de seu papel: ?O projeto Paralapracá provocou um impacto muito importante na rede, na medida em que contribuiu para a definição do papel e da identidade do coordenador pedagógico nas instituições de educação infantil, embora muitas coordenadoras ainda estejam fazendo apenas a transposição didática da formação para seus espaços institucionais. É importante pontuar, como uma contribuição importante da formação do Paralapracá, as discussões que vêm sendo realizadas sobre as crianças e suas especificidades, as brincadeiras e interações como eixos norteadores da proposta e da prática pedagógica nas instituições de educação infantil?”, descreve a publicação. A citação do texto é de Lenice Lira, educadora do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Casa da Amizade.
A publicação traça um percurso histórico das concepções da educação infantil ao longo do tempo, apresenta os principais avanços e desafios da educação infantil em Maceió e defende uma visão de currículo ampliado. “A proposta de currículo ampliado parte de uma concepção de criança como sujeito de direitos, rica e potente, que adquire, paulatinamente, uma compreensão sobre si mesma e o mundo que a rodeia, ao interagir com as coisas e as pessoas, o que se dá, especialmente, por meio da atividade lúdica, e que constrói a cultura infantil nas interações que estabelece com outras crianças. Essa proposta de currículo ampliado baseia-se em uma concepção de aprendizagem que valoriza o que a criança faz e experimenta com as coisas e as pessoas e não fragmenta a experiência em áreas de conhecimento”, define o documento.
A estrutura desse currículo é sintetizada pela figura de uma criança que se sustenta em uma base composta por princípios estéticos, políticos e éticos. A cabeça da criança, representada por um sol, ilumina todos os outros componentes do currículo ampliado: “interações” e “brincadeiras” são o centro da proposta, que irradia para os “campos de experiências”, moldados pelas dimensões “espaço”, “tempo”, “relação adulto-criança”, “avaliação e documentação”, “relação família-comunidade” e “transição para o ensino fundamental”.
“As orientações revelam a importância que a gestão municipal tem dado à educação infantil, base estruturante do desenvolvimento das crianças. Elas reafirmam o compromisso com uma concepção de criança potente e sujeito de direitos que implica uma nova maneira de lidar com crianças e, consequentemente, com a formação dos educadores”, escreve Patrícia Lacerda, gerente da área Educação, Arte e Cultura do Instituto C&A, em uma das orelhas do livro.
Fonte: Site do Instituto C&A.
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