Escola reinventa seus espaços para dar mais lugar às crianças
Maracanaú (CE) — A Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Luís Carlos Prestes abriu suas portas, no dia 10 de março, para receber os participantes do III Encontro Itinerante do projeto Paralapracá. A visita à escola, que é uma das 30 instituições de educação infantil que implementam o projeto em Maracanaú, teve como objetivo apresentar as transformações promovidas no ambiente a partir das formações do Paralapracá.
“Passamos a pensar melhor em como aproveitar os espaços que já tínhamos, mas que não visualizávamos com esse potencial”, conta Clevanilda Sousa, coordenadora pedagógica da escola. “O que mostramos na visita foram essas mudanças, não só físicas, mas de postura das professoras. Reorganizamos o ambiente pensando na criança como protagonista”, relata.
Entre as muitas mudanças, o espaço da frente da escola ganhou um parquinho sustentável, com brinquedos feitos de pneus. A árvore virou sombra para uma caixa de areia. As atividades de artes agora são expostas para todos em grandes painéis de madeira. E o muro, que era branco, transformou-se em espaço de intervenção das crianças.
A organização do ambiente é um dos eixos formativos do projeto Paralapracá. No âmbito do trabalho, a concepção metodológica adotada parte da premissa de que os ambientes nunca são neutros, mas organizados a partir das experiências e da proposta de relações que serão vivenciadas ali.
No caderno de orientação Assim se Organiza o Ambiente, que integra a coleção de materiais do projeto Paralapracá destinada aos profissionais da educação infantil, o espaço é tratado como um elemento curricular tão importante quanto qualquer outro. É a partir dele, sinaliza a publicação, que as relações se estabelecem: “O protagonismo da criança, a centralidade ou não do professor, a diversidade de experiências… Tudo isso passa pela forma como o espaço está organizado”, assinala o caderno.
Segundo Clevanilda, as contribuições do projeto Paralapracá foram significativas para os espaços de sua escola. “Antes da formação, nós decorávamos as salas. A partir do eixo de organização do ambiente, entendemos que não deveríamos decorar o espaço, e sim organizá-lo junto com as crianças. Com isso, elas começaram a valorizá-lo mais e a se sentir mais valorizadas também”, afirma a coordenadora, referindo-se aos 186 meninos e meninas de 3 a 5 anos que frequentam a escola.
A opinião de Clevanilda é reforçada por Iany Bessa, assessora do projeto Paralapracá em Maracanaú e responsável pelas formações: “As mudanças no espaço da escola tornaram o ambiente mais agradável para as crianças e para as professoras, que abraçaram o projeto. O espaço externo foi valorizado e, dentro das salas, as professoras fazem tematizações e organizam novos espaços junto com as crianças”, constata Iany.
Criar, imaginar, construir coletivamente e brincar
O caderno de orientações Assim se Organiza o Ambiente não oferece receitas para a organização dos espaços em instituições de educação infantil. O que o material traz são princípios orientadores que se baseiam no entendimento do espaço como um elemento socialmente construído, que reflete as concepções de ensino, de aprendizagem, de criança e de educação.
O capítulo “Explorando e Refletindo sobre o Ambiente” traz tudo isso e muito mais: “Para trabalharmos nesta perspectiva não basta organizar ricos cantos nas salas. Este é um processo que inclui o entendimento pelo professor de que ele não é a figura central nas relações que se estabelecem em sala. Ao contrário, trabalhar nesta perspectiva de descentramento de sua figura inclui a ideia de que a organização do espaço é um componente curricular que se torna estruturante no planejamento. Neste contexto é fundamental as crianças terem um espaço povoado de objetos com os quais possam criar, imaginar, construir e, principalmente, um espaço para brincar umas com as outras. Este modo de organizar certamente não será o mesmo para as crianças maiores e menores e terá, entre outros preceitos, o entendimento das diferentes dimensões da organização dos ambientes”. Verifique a publicação completa em https://paralapraca.avante.org.br/images/Site/PDF/caderno_orientacao/orientacao_organiza_atual_web.pdf
Quem participou da visita à Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Luís Carlos Prestes e do III Encontro Itinerante do projeto Paralapracá como um todo encantou-se com o que viu, comprovando que a proposta de formação itinerante vale a pena. “Parabéns a toda a equipe de Maracanaú pela acolhida toda especial, pelo trabalho realizado com competência e amor, pelo brilho nos olhos da equipe e o respeito às crianças”, resume a educadora Sirleide Souza, de Natal (RN), em um registro no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) do projeto Paralapracá.
O III Encontro Itinerante do projeto Paralapracá aconteceu em Maracanaú entre os dias 9 e 13 de março e foi o primeiro encontro de formação do projeto em 2015.
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