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29/08/2014 | 10:57

Impactos do intercâmbio do projeto Paralapracá a Reggio Emilia começam a aparecer

2014_29_08bOlinda (PE) – Mais do que uma oportunidade para a troca de informações e experiências, o V Encontro de Formação e a II Formação Itinerante do projeto Paralapracá, realizados entre 11 e 15 de agosto, em Olinda, evidenciaram como uma experiência inspiradora no campo da educação infantil pode, em tão pouco tempo, incidir sobre as políticas públicas de um município e trazer benefícios para as crianças que nele habitam.

A inspiração veio da cidade italiana de Reggio Emilia, referência internacional em educação infantil e respeito à criança pequena, para onde uma comitiva de 29 pessoas, incluindo prefeitos, secretários e dirigentes da educação, partiram em maio de 2013. A viagem inaugurava o segundo ciclo do projeto Paralapracá de formação de profissionais da educação infantil, que transcorre de 2013 a 2015.

Participaram do intercâmbio representantes das cinco cidades que integram o projeto: Camaçari (BA), Maceió (AL), Maracanaú (CE), Natal (RN) e Olinda. Também estiveram presentesrepresentantes dos municípios de Jaboatão dos Guararapes (PE) e Teresina (PI), que integraram o primeiro ciclo do projeto (2010-2012).

Durante o encontro de Olinda, os participantes do intercâmbio expuseram a seus pares como a experiência do intercâmbio em Reggio Emilia influenciou a gestão da educação infantil em suas cidades. Em seus depoimentos, os gestores chamaram a atenção para aspectos observados na visita à Cidade das Cem Linguagens, como é conhecida a localidade italiana. Muitos se referiram ao respeito à criança como sujeito de direitos, ao maior cuidado com o ambiente das escolas, à aquisição de materiais específicos e de melhor qualidade, entre outros aspectos, e também reconheceram que tais preocupações estão na pauta do projeto Paralapracá.

Em Natal, as matrículas na educação infantil foram ampliadas e há um movimento que busca viabilizar espaços específicos para as crianças pequenas, em vez de mantê-las nas mesmas instalações dedicadas ao ensino fundamental. O município passou a priorizar na educação infantil a utilização de materiais com finalidade pedagógica não industrializados e prevê, ainda para este ano, a expansão da proposta de trabalho do Paralapracá para todos os seus 73 Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI).

A equipe do projeto no município de Olinda articulou a participação das crianças em eventos, como o Olinda em Ação, o Fliporto Olinda e a Mostra Internacional de Música de Olinda (MIMO).  Houve, também, uma negociação com o poder público para a ampliação do espaço para as crianças no Carnaval da cidade, além do resgate de eventos como o Olinda Arte em Toda Parteque não acontece há dois anos e que passaria a contar com a participação das crianças.

Em Maracanaú, um dos grandes impactos foi a criação, dentro da secretaria de Educação, de uma gerência específica para a educação infantil. O município também se dedicou à elaboração do plano de expansão do projeto Paralapracá na sua rede como política de formação de educadores. Além disso, está ampliando o atendimento às crianças pequenas, por meio da construção de nove Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) e organizando salas temáticas nos CMEI da rede. A equipe do projeto do município reconheceu, em especial, a influência dos “atelieristas” de Reggio Emilia na criação das salas temáticas. Os atelieristas são artistas plásticos que atuam dentro de creches e pré-escolas de Reggio Emilia para promover a produção de arte com as crianças.

A equipe da secretaria de Educação de Maceió elaborou um documento orientador das práticas pedagógicas, construiu um instrumento de monitoramento e oficializou a documentação pedagógica como forma de acompanhamento do desenvolvimento das crianças e das instituições. A equipe garantiu a participação das crianças no evento Bairro Vivo, que levou a concepção de infância integrada à vida da cidade para as ruas do município. Além disso, intensificou nas instituições a parceria com as famílias e a comunidade, e avança na elaboração do currículo para a educação infantil.

Em Camaçari, a educação infantil foi expandida com a contratação de professores e coordenadores pedagógicos e a convocação de assistentes de creche. Existe previsão de investimento na criação de Centros de Educação Infantil em áreas verdes e na ampliação de vagas. Uma linha específica de mobiliário e materiais está sendo estudada para garantir qualidade e adequação destes equipamentos para a faixa etária de até 6 anos.

O projeto Paralapracá é uma ação do programa Educação Infantil do Instituto C&A que visa contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento às crianças na educação infantil, com vistas ao seu desenvolvimento integral. O projeto se desenvolve em aliança com Secretarias Municipais de Educação e possui dois âmbitos de atuação: a formação continuada de profissionais de educação infantil e o acesso a materiais de uso pedagógico de qualidade, tanto para crianças quanto para professores. A iniciativa é implementada em parceria técnica com a ONG Avante – Educação e Mobilização Social, de Salvador (BA).

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