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23/03/2015 | 10:28

Instituições unem-se em prol de uma Educação Infantil de qualidade

2015_23_03cMaracanaú (CE) – Em Maracanaú as formações do projeto Paralapracá têm gerado resultados para além da valorização e formação do coordenador pedagógico em seu papel de formador nas instituições de Educação Infantil. Inspirados nos princípios e na metodologia de formação do projeto Paralapracá, esses profissionais iniciaram, em julho de 2014, um movimento de formações articuladas que tem ajudado a driblar desafios e levado professores e crianças para experimentações inéditas nos eixos formativos do projeto.

A inciativa foi deflagrada por meio de uma provocação da coordenadora pedagógica da EMEIEF Professor Paulo Freire, Vanessa Santana, feita com o intuito de viabilizar a visita do quadro de professores e das crianças a uma comunidade indígena de Santo Antônio do Pitaguari, durante as formações do eixo Assim se Explora o Mundo e culminou com uma ação conjunta de cerca de dez instituições participantes do projeto Paralapracá que uniram forças para viabilizar o “encerramento” das formações do eixo Assim se Faz Arte.

Juntas, as instituições realizaram exposições de arte ao longo de um mesmo período, causando um movimento na Rede Municipal de Educação, além de uma formação no Espaço Cultural da Unifor, quando professores e, em seguida, as crianças vivenciaram as exposições Abstrações e Narrativas Poéticas.

Para a supervisora do projeto Paralapracá, Francisca Nepomucena, esse movimento é um sinal de que a intensão do projeto Paralapracá de formar profissionais com perfis autônomos e implicados com a melhoria da qualidade do atendimento às crianças está reverberando entre as coordenadoras pedagógicas. “Elas estão entrando em sintonia e isso é primordial para a Educação Infantil. Estamos começando a ver florescer as práticas em vários pontos do município, nas escolas parceiras do projeto Paralapracá”, diz.

Francisca conta que a articulação surgiu de forma espontânea durante as formações do projeto, mas reconhece que o modelo da formação, que dá grande ênfase à dimensão cultural, é uma grande inspiração. Tudo começou com a realização de trocas no momento dos encontros de formação das coordenadoras pedagógicas, depois por meio da viabilização de formações conjuntas ou nucleadas, inicialmente entre escolas do mesmo bairro, depois sem a limitação das fronteiras da comunidade. “Elas buscam apoio umas nas outras para superar alguma dificuldade, pois perceberam que com um grupo maior é mais viável. Então, começaram a se organizar”, conta a supervisora do projeto Paralapracá.

A coordenadora pedagógica Vanessa Santana considera que foi um movimento natural, fruto do que as próprias coordenadoras estavam vivenciando. “Em um ambiente educacional não há como não ter a disponibilidade de trabalhar com o outro. Na instituição, nós interagimos com os pais, os professores, as merendeiras, etc. Por que não com outra instituição da rede?”, reflete. E afirma gostar muito de trabalhar em grupo, desde o tempo em que atuava como professora. Agora que está na gestão, procura articulações para enriquecer o trabalho.

“Vivemos em um mesmo contexto, numa mesma realidade. Então acho muito interessante essa troca dentro do grupo”, diz.

Primeiro passo

Vanessa Santana conta como tudo começou: “Eu tinha o contato de uma pessoa que tinha sido diretor da escola indígena que visitamos. Estávamos no eixo Assim se Explora o Mundo do projeto Paralapracá e queríamos levar os meninos para conhecer a comunidade”. Então, a coordenadora pedagógica procurou outras duas instituições – a Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental (EMEIEF) Heitor Vila Lobos e a EMEIEF Senador Carlos Jereissati –, ao perceber que o trabalho articulado não apenas seria mais fácil, mas também beneficiaria mais crianças e educadores.

“Daí por diante outras formações passaram a acontecer de forma articulada”, conta. As instituições chegaram a desenvolver uma metodologia específica para a ação conjunta, que envolve tanto a formação dos professores, como possibilita às crianças uma nova experiência. “Primeiro a gente identificou o lugar, verificamos as condições para a visitação e levamos primeiro os professores.

A visita ao Espaço Cultural da Unifor, por exemplo, seguiu essa mesma lógica. “Primeiro fizemos uma pesquisa sobre o que estava acontecendo na cidade em relação a exposições de arte e sobre o que seria viável. Encontramos no Espaço Unifor um local acessível, pois eles disponibilizam ônibus e lanche para as crianças, além de ter alguém ligado à arte mediando o encontro”, conta Vanessa Santana, que mais uma vez esteve à frente do movimento com as coordenadoras pedagógicas.

Entre as dez instituições que se articularam para promover essa experiência para seus educadores e crianças estão o CMEI Norma Célia, que visitou o local junto com a EMEIEF Senador Carlos Jereissati. “É a primeira vez que participamos desse tipo de articulação. Mas a partir do momento que recebemos a formação do projeto Paralapracá e com ela a missão de formar as professoras, percebemos o quão é interessante nos unirmos para a realização de formações conjuntas e troca de experiências”, conta a coordenadora pedagógica do CMEI Norma Célia, Ana Caroline Cunha.

Paralapracá

O projeto Paralapracá é uma ação do programa Educação Infantil do Instituto C&A que visa contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento às crianças na Educação Infantil, com vistas ao seu desenvolvimento integral. O projeto se desenvolve em aliança com Secretarias Municipais de Educação, selecionadas para participar do projeto por meio de edital, e possui dois âmbitos de atuação: a formação continuada de profissionais de educação infantil e o acesso a materiais de uso pedagógico de qualidade, tanto para crianças quanto para professores. A iniciativa é implementada em parceria técnica com a ONG Avante – Educação e Mobilização Social, de Salvador (BA). Integram o segundo ciclo do projeto, em realização entre 2013 e 2015, cinco municípios: Camaçari (BA), Maceió (AL), Maracanaú (CE), Natal (RN) e Olinda (PE).

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