MinC premia creche parceira do Paralapracá
Creche Amenaíde Santos vence edital do Ministério da Cultura (MinC) com projeto de resgate da história e cultura da cidade. A instituição integrou o primeiro ciclo do projeto Paralapracá (2010-2012) em Campina Grande (PB) e venceu o edital Escola: lugar de brincadeira, cultura e diversidade com o projeto Era uma Vez uma Campina. Para realizá-lo, as crianças fizeram uma viagem no tempo, exploraram a cidade e saberes comunitários para recriar personagens, lugares e acontecimentos que fizeram parte da construção da cidade.
Para a coordenadora pedagógica da instituição, Rosinete Azevedo, o prêmio reconhece o resultado da parceria entre a Rede Municipal e o projeto Paralapracá, que tem como um dos princípios a valorização dos saberes locais, particularmente os voltados à cultura infantil, nos processos de construção da identidade das crianças.
O projeto Era uma vez uma Campina fez parte da Mostra Pedagógica do Sesquicentenário de Campina Grande, realizada em 2014. Segundo os organizadores da mostra, tudo foi elaborado por crianças de 2 a 5 anos, orientadas pelos professores durante os três meses de produção. “Levamos as crianças à Feira Central, Embrapa, Museu do Algodão, Açude Velho e Parque da Criança, para que o projeto fosse desenvolvido por elas próprias”, conta a gestora da creche, Elizângela Neves Farias.
Segundo Mônica Samia, coordenadora de implementação do projeto Paralapracá, todos os municípios parceiros avançaram muito em relação à valorização da cultura comunitária como um elemento do currículo da Educação Infantil. “Esse projeto é um exemplo das muitas práticas correlatas que passaram a fazer parte do dia a dia das instituições, aproximando as escolas das comunidades e trazendo às crianças não só os saberes livrescos, mas também aqueles advindos da tradição oral, do cotidiano e da cultura dita popular”.
O tema da valorização dos saberes locais tem sido pautado no currículo da Educação Infantil ao longo dos dois ciclos do projeto Paralapracá, por meio das formações continuadas de profissionais deste segmento e oferta de materiais de qualidade, tanto para as crianças quanto para os professores. Nessa perspectiva, o Estação Paralapracá – Menu de Paisagens Culturais, que integra a Mala Paralapracá, sugere aos profissionais da Educação Infantil “buscar intimidade com a cultura à nossa volta, a mais próxima, a que está nas pessoas, nos lugares e histórias, e, com os sentidos despertos, adentrar o reino da sabedoria comunitária”.
Consciente da importância da brincadeira e do acesso a bons materiais, duas frentes de formação do projeto Paralapracá, Rosinete Azevedo informa que o prêmio de R$ 10 mil conquistado no edital será utilizado na compra de brinquedos, “pois essa é uma carência da rede pública”, e de material pedagógico e livros de literatura. “Investiremos também em novos projetos, como aquele que nos deu esse prêmio. No entanto, temos que esperar o ano letivo começar, pois a decisão sobre o que vamos produzir está a cargo das crianças”, acrescenta, demonstrando clareza sobre o protagonismo da criança no planejamento, ideia defendida pelo projeto Paralapracá.
Rosinete ressalta também o papel da assessora pedagógica que esteve à frente das formações do primeiro ciclo. “Ela procurava nos orientar de forma clara e objetiva, sistematizando os conteúdos das formações de maneira dinamizada. Com isso conseguimos desenvolver muitos projetos”, acrescenta. Ela destaca ainda que o fato de o edital ter sido muito concorrido reforça ainda mais o sucesso da parceria. “Concorremos com instituições de todo o Brasil, e na Paraíba só duas instituições foram vencedoras”, celebra.
Lilian Galvão, assessora pedagógica projeto Paralapracá no período da parceria do projeto com a Rede Municipal de Campina Grande na época, conta que a equipe da creche Amenaíde Santos é muito engajada. “Desde a coordenadora pedagógica, passando pela gestora, grupo de professores e demais educadores são todos muito envolvidos. Até mesmo o vigia – senhor Berto (linkar com registro), contribuiu em algumas atividades do projeto com os seus dotes artísticos”, relata.
Sobre a parceria de dois anos com o projeto Paralapracá, Lilian Galvão conta que a creche levou muito a sério o processo formativo. “Toda a equipe se adequou muito bem às formações no interior da instituição, o que foi uma novidade para eles. Apesar de já realizar um bom trabalho, acredito que com o projeto Paralapracá a creche saiu fortalecida”, diz, demonstrando sua satisfação com a premiação. “Sinto-me vitoriosa também”, conclui.
Era uma vez uma Campina
O edital “Escola: lugar de brincadeira, cultura e diversidade”, premiou centros de Educação Infantil públicos, conveniados ou comunitários que desenvolveram práticas lúdicas, artísticas e culturais voltadas à promoção e à valorização da diversidade. De acordo com a gestora da creche, Elizângela Neves Farias, o Era uma Vez uma Campina foi construído de maneira que as crianças pudessem aprender como surgiu a cidade em que vivem.
O projeto premiado contou a história da cidade sob a perspectiva das crianças a partir de personagens, lugares e acontecimentos que fizeram parte de sua construção: índios, tropeiros, a chegada do trem, o São João, os pontos turísticos, o brasão e a bandeira de Campina. O encantamento transmitido pelas crianças em cena emocionou a todos que tiveram a oportunidade de assistir à apresentação.
Paralapracá
O projeto Paralapracá é uma frente de trabalho do programa Educação Infantil do Instituto C&A realizado a partir do estabelecimento de alianças com Secretarias Municipais de Educação, selecionadas para participar do projeto por meio de edital. O projeto possui dois âmbitos de atuação: a formação continuada de profissionais de educação infantil e o acesso a materiais de uso pedagógico de qualidade, tanto para crianças quanto para professores.
A iniciativa é implementada em parceria técnica com a ONG Avante – Educação e Mobilização Social, de Salvador (BA). Integraram o primeiro ciclo do projeto, desenvolvido entre 2010 e 2012, os municípios de Jaboatão dos Guararapes (PE), Caucaia (CE), Feira de Santana (BA), Teresina (PI) e Campina Grande (PB). Neste segundo ciclo, que corresponde ao período de 2013 a 2015, outros cinco municípios integram o projeto: Camaçari (BA), Maceió (AL), Maracanaú (CE), Natal (RN) e Olinda (PE).
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